Quem sou eu

Minha foto
Porque somos feito as estações, sempre mudando...

domingo, 6 de dezembro de 2020

OUÇA A MELODIA

Dezembro chegou e com ele, última postagem do ano aqui no blog.
Caneta e papel na mão começo rascunhar algumas ideias, mas a cada uma, outra surge, algumas me contradizendo e questionando, outras indo na via contrária a ideia inicial - escrever algo leve e alegre, talvez um tema natalino - e esse motim de ideias me trazem reflexões, insigths, memórias e uma folha cheia de frases rabiscadas e pontos de interrogação.
Me vejo tentando escrever algo em dissonância com o que sinto e se não vem do coração, não flui.
Não é que eu esteja triste, tenho tantos motivos para ser feliz e grata, mas minhas supostas ideias iniciais se transformam em retrospectiva do ano atípico e difícil que tivemos.

Eu sempre adorei dezembro por conta do Natal, ver as ruas e casas com suas luzes e enfeites coloridos, mas esse ano penso nas  perdas que ocorreram por conta da Covid,  nas famílias que não puderam abraçar seus entes na derradeira despedida. 
Meu genro mesmo, se despediu do pai sem poder dar o último beijo ou fazer um último afago. 
Mas, em contrapartida, também me surge a mente os gestos de solidariedade, os ouvidos prontos para uma escuta amorosa, lábios que consolam, preces que se uniram em uma vibração de fé e amor.

Esse foi um ano onde nos recolhemos, tivemos que nos resguardar, nos permitir ficar vulneráveis, transformar nosso olhar em abraço e em sorriso,  ressignificar a forma de ver e sentir o mundo a nossa volta. 
E enquanto escrevo, lembro o trecho de uma música de Oswaldo Montenegro: "Não pense que o mundo acaba ali aonde a vista alcança. Quem não ouve a melodia acha maluco quem dança."

Por tudo que esse ano foi e significou eu desejo que nos dias que antecedem o Natal, você ouça a melodia. 
Ouça a melodia da vida te convidando a viver sua potência interna, a abraçar os seus amores, dizer a cada um como são importantes, o quanto você os ama e é grato por compartilhar sua vida com eles.
Que você se preocupe menos em dar presentes e se ocupe mais em ser presença.
Desejo que dançe, ame, alargue seus horizontes internos.
Que ande nos teus caminhos com fé - no teu ritmo e tempo -  respeitando teus ciclos, tuas emoções, permitindo que a vida flua através de você, com muito amor e gratidão.

"As flores dos flamboyants, dentro de poucos dias terão caído. Assim é a vida. É preciso viver enquanto a chama do amor está queimando..."  (Rubem Alves)

Um natal de paz e saúde a cada um que passa por aqui!

terça-feira, 3 de novembro de 2020

NOVEMBRO

Novembro, para mim, é um mês especial.
Mês em que celebro meu aniversário e aniversário dos meus dois filhos. 
Me olho no espelho e me surpreendo com uma nova manchinha na pele, um novo fio de cabelo branco - que eu ainda teimo em pintar - mas hoje,  o que mais me causa espanto não é a imagem que o espelho mostra  e sim, todas as mudanças internas que aconteceram.
Mudanças que foram mais  acentuadas nos últimos dez  anos, que aconteceram aos poucos, com a típica questão íntima: Quem sou eu?
Quem é essa que fala pela minha boca e se expressa através dos meus sentidos?
Quem é essa mulher que me olha diariamente? Quais são seus sonhos, suas vontades?
Foi assim que deu início o resgate da minha essência. No início eu queria me desfazer da versão antiga como alguém que troca de roupa e isso só me trouxe mais frustração, estava caindo no mesmo erro de antes, só que dessa vez não para agradar alguém ou evitar contendas, mas sim, para me desfazer da mulher que não me agradava ser.  Demorei um tempo para perceber que não bastava decidir mudar, que toda mudança pessoal acontece aos poucos e o mais importante, era preciso um resgate feito de forma delicada e amorosa, era preciso agradecer,  perdoar e amar a cada uma que eu havia sido até ali.
Um percurso longo e que me ensinou muito, principalmente, que antes de me doar eu preciso aprender a me encontrar,- se eu não souber quem sou, aceito aquilo que querem que eu seja. E eu não quero ser o molde pensado e desenhado por outra pessoa.
Hoje, sou autora da minha própria história e faço meu caminho, onde a cada passo aprendo, a cada queda me levanto, a cada erro me perdoo, a cada dor me acolho. 
Fácil? Não, às vezes dói muito, pois algumas situações me colocam de frente com meu lado sombra, com minhas dificuldades internas que precisam ser trabalhadas para que eu continue meu processo de evolução mental, emocional e espiritual.
Mas isso já é assunto para uma outra postagem. Por hoje, eu celebro cada conquista com alegria de ser quem sou.
Festejo a mim!







sábado, 10 de outubro de 2020

SINAIS

Domingo retrasado, enquanto preparava meu café da manhã, pensava numa questão que havia acontecido durante a semana e me deixado chateada.
Analisava como algumas posturas alheias refletem em nós e nas nossas emoções, me questionava o que aquela situação queria me ensinar para que tivesse encontrado eco dentro de mim e me tirado do ponto de equilíbrio. 
Quanto mais algo me irrita, mais eu percebo que ali tem algo para eu aprender, principalmente quando é algo recorrente, afinal, a lição só acaba quando eu realmente aprendo o que ela veio me ensinar. 
Aprender não sobre o outro, mas sobre quem sou e como preciso melhorar internamente, acolher minhas emoções, meus conflitos, para só então, elaborar determinada questão e as lições que ela me trouxe.
Enquanto refletia, me veio a mente uma oração indígena, da qual eu lembrava apenas o primeiro trecho - que pronunciei em voz alta, feito um mantra - enquanto terminava de tomar meu café. Depois, fui cuidar dos meus afazeres e não pensei mais no assunto.
A tarde, eu e uma amiga de muitos anos, conversávamos por ligação, uma prática que veio com a quarentena e se tornou comum aos domingos. Até comentamos que nossas ligações tem sido uma espécie de terapia, pois compartilhamos coisas do cotidiano e vários sentimentos, o que tem nos rendido valiosas reflexões.
Durante nossa conversa partilhei com ela o que tinha acontecido na semana, em resposta ao meu desabafo, ela recitou algumas palavras.
Falei que as palavras não me eram estranhas, ela então explicou que eram de uma prece indígena.  No mesmo instante a prece tomou forma em minha mente, a mesma prece que eu havia lembrado pela manhã, só que em trechos diferentes.
Acredito que o Universo sempre nos manda sinais, por isso precisamos estar atentos.
Entendi que a coincidência era um sinal para eu me lembrar da energia que há nas palavras e nas intenções. Que frente algumas questões, o mais sábio é calar e me afastar, para não  dizer ou fazer algo que depois me traga arrependimento.
Agradeci minha amiga pela amizade tão querida e por ela ter sido o canal para que eu compreendesse isso. 
Desde então, tenho feito a prece diariamente e hoje, compartilho com você que passa por aqui, espero que ela seja para você um sopro de energia e paz, assim como tem sido para mim.

PRECE DO BELO CAMINHO

Hoje sairei a caminhar

Hoje todo mal há de me abandonar

Serei tal como fui antes

Terei uma brisa fresca a percorrer-me o corpo

Terei um corpo leve

Serei feliz para sempre

Nada há de me impedir

Caminho com a beleza à minha frente

Caminho com a beleza atrás de mim

Caminho com a beleza abaixo de mim

Caminho com a beleza acima de mim

Caminho com a beleza ao meu redor

Belas hão de ser minhas palavras

Belas hão de ser minhas palavras

Belas hão de ser minhas palavras

Obs.: A Prece do Belo Caminho é pronunciada todas as manhãs pelos Índios Navajos dos E.U.A., antes de saírem para sua jornada diária para que esta seja abençoada!

                                  (Foto: Silvio A.)



terça-feira, 22 de setembro de 2020

GESTAÇÃO INTERNA

 "Sempre a primavera, nunca as mesmas flores". (Ditado chinês)


Hoje acordei sentindo dores e surpresa percebi que estava prestes a parir.
Havia tempos que sentia um desconforto interno, um misto de emoções, uma fome de novos saberes, desejo por novos sabores.
Gestar a si mesmo dói, porque há todo um caminho a ser trilhado e muitos tropeços durante a caminhada.
Sabedoria, desapego, perdão, amor próprio, superação, coragem... é um pouco do que esse caminho reserva, é um pouco do que ele pede.
E não se pode ter pressa, há de  respeitar os ciclos, a fim de não se perder de si mesma.
Talvez eu tenha me perdido em algum trecho do caminho tomada pela pressa em chegar ao centro do meu universo íntimo. Não percebi que dentro de mim já germinava uma nova vida, que eu alimentava com minha seiva sagrada.
Mas confiante, me permiti receber essa outra mulher que mora dentro de mim.
Fechei os olhos, fiz um rezo e procurei auscultar meu coração, não havia risos, choros, lembranças, indagações. 
Nenhum ruído mental, apenas o meu eu, num silêncio profundo que se fez por dentro.
Aspirei profundamente o ar enchendo os pulmões. Senti a vida tão plena em mim, mansa, serena, madura.
Me entreguei e confiei.
O parto foi fluindo naturalmente, leve, mágico, pulsante. 
Me curando, me nutrindo, me libertando!
E eu, na maturidade dos meus quase 54 anos dou a luz e essa luz reverbera por todo meu ser.
Floresço em mim - renascimento - me celebro primavera, com honra e gratidão!


(Foto pessoal)



domingo, 23 de agosto de 2020

CONSCIÊNCIA ESPIRITUAL


                                             
Estou sempre lendo que estamos vivendo um momento que nos convida a profundas reflexões. Eu também penso assim - embora eu possa refletir em qualquer tempo e lugar -  é diante de tudo que estamos vivendo que mais me voltei para dentro.
Num desassossego interno, me questionando sobre o que tenho feito para tornar o mundo em que vivo um lugar melhor.
Quando eu falo mundo, não me refiro apenas ao planeta, mas sim, todos os âmbitos que transito.
Meu lar, meu trabalho, minha relação com o outro, comigo mesma e com a minha espiritualidade.
Percebo que além dos muitos questionamentos, também tenho me emocionado mais ultimamente, houve semanas em que chorei praticamente mais de uma vez, eu, que raramente chorava.
Mas não pense você que é porque não estou bem ou deprimida, apenas sinto que minha sensibilidade está a flor da pele e que as dores do outro tem me tocado de uma forma muito mais intensa.
Uma pessoa me disse, um dia desses, que sempre houve perdas, mortes, dores. Sim, sempre houve, então porque  agora sinto tanto isso dentro de mim?
Neste momento em que estou aqui escrevendo, percebo que é minha alma que tem chorado. Chorado a dor de tantas perdas que estão acontecendo, onde muitos perderam a vida, outros trabalho, saúde, familiar, amigo - entre tantos outros - que perderam o afeto, a empatia, o amor ao seu próximo.
Choro, me entristeço e minha consciência espiritual grita, num convite diário para que eu possa rever o que penso, falo, sinto e principalmente como estou agindo, comigo e com o outro.
Compreendo que não basta apenas ampliar minha consciência para que eu me torne uma pessoa mais espiritualizada, preciso transformar essa consciência em ações no meu dia a dia.
Não basta apenas dar algo material aqui e ali, eu preciso dar algo de mim mesma e para isso preciso rever conceitos, transformar, criar, renovar,  passar a limpo o meu eu interno.
Eu, que sou só um rascunho do que posso ser diante das inúmeras potencialidades com que Deus me criou. Preciso urgentemente me reconstruir e melhorar minha versão inacabada.

Finalizo minha participação na blogagem proposta pela Rosélia,   com Caio Fernando Abreu:

"E nessa estrada quero achar gente doce, límpida, verdadeira e disposta.
Quero topar com luz, despego e paz."


                           Foto de Adriele G.


quinta-feira, 23 de julho de 2020

TRANSBORDAR

Transbordo!
Alegria
Dor
Sonhos
Amor
Silêncios
Delicadezas
Saudades...
Escorrem através de
Palavras
Gestos
Lágrimas
Sorrisos...
Expressões do corpo e da alma
Me deixo inundar
A fim de me preencher e  novamente
Transbordar!


(Foto: Silvio N.A.)

Estou vivendo uma fase de muitos questionamentos, analisando o que de fato tem importância e o que preciso desapegar, melhorar, transformar.
E todos questionamentos tem feito transbordar do meu peito, inúmeros sentimentos
Esse verter interno tem sido gota a gota, mas essa lentidão não me incomoda, pela primeira vez em alguns anos não sinto pressa em resolver minhas pendências emocionais.
Está me fazendo bem essa morosidade, me dá tempo para compreender e acompanhar as pequenas mudanças que estão acontecendo.
Finalizar de vez alguns ciclos, que teimosa, continuei a alimentar.
E assim, vou indo, sem remar contra a maré que invade todo meu ser e deságua lentamente - mas de forma continua e intensa - aceito e agradeço esse movimento que acontece e no qual me revelo a mim mesma.
No qual dou voz a minha intuição e a minha verdade.
E me aceito assim, de cara lavada, despida de todo e qualquer julgamento, me
preparando para uma nova fase, que com certeza está surgindo.

domingo, 21 de junho de 2020

CHAMADO INTERNO

Silenciar!
Ouvir o coração, perceber as emoções, auscultar a vibração da alma.
Fechar os olhos e se voltar para dentro de si, sem medo de vasculhar memórias e entrar em contato com sua história.
Para conhecer a luz é preciso desbravar as sombras.

Acolher!
Se dar as mãos.
Retornar a casa interna em busca de suas raízes.
Manifestar amor, compaixão, empatia, gentileza, bondade, alegria.
Somos o que sentimos e pensamos, tudo que se passa no interno tem reflexo no externo.

Celebrar!
A vida, a sacralidade do ser.
O fim de um ciclo e o início de outro.
A capacidade de reinventar, de recomeçar todos os dias.
A semente que vence as adversidades e se lança ao encontro da luz.
Curando o passado, honrando o presente e lançando de si novas sementes.

Deixar ir!
O "antigo eu". 
Soltar as cascas, as amarras.
O que não acrescenta, o que limita, aprisiona.
Tudo que envelhece os olhos e a alma.

Despertar!
Se reconectar com sua natureza íntima.
Ouvir o chamado interno de retorno ao lar.
Trilhar o caminho de volta para casa.
É assim que a cura começa...

                                (Foto: Angela Adriano)


segunda-feira, 25 de maio de 2020

ALMA CIGANA

Tem umas duas semanas sonhei com uma cigana que dançava com muita leveza e alegria, ao observar seu rosto fiquei surpresa, ao reconhecer nela, o meu próprio rosto.
Acordei com uma agradável sensação de bem estar, ao procurar na memória detalhes e significado para o sonho senti vontade de escrever e registrar o que estava sentindo.

Ontem, ao pensar em preparar um novo post lembrei do que havia escrito e decidi que seria a nova postagem.
Para ilustrar a postagem eu poderia pegar uma imagem na internet, mas desejei algo mais fiel a sensação que o sonho me deu.
Por isso, não pensei duas vezes, contei o sonho e ideia ao meu neto Kalel vesti uma roupa mais alegre, peguei um lenço e saí rodopiando pelo quintal.
Foi uma sensação muito boa, sem contar que o neto se divertiu, assistindo e fotografando.

Então, hoje te faço um convite:
Feche os olhos, aguça os sentidos e dance comigo!

                                                                                       
"Oh, alma Cigana! Rodopiando ao som do vento, em meio a cores e aroma de  alecrim.
Reverbera aos meus sentidos, tua energia de luz e alegria.
Assim, vou desatando nós, me desfazendo de rótulos, liberando  compartimentos internos e deixando o ar movimentar a energia estagnada.
Desapego. Perdão. Aceitação. Liberdade!

Oh, alma Cigana! Alimenta minha intuição, o despertar das minhas faculdades internas, minha conexão com a mãe terra e com o Sagrado que habita em mim.
Que eu me preencha dessa tua fluidez, dando asas a minha espontaneidade, aos meus sonhos - gestando novas formas  e parindo nova mulher - cada vez que se fizer necessário.
Purificação. Transformação. Renascimento!"

domingo, 3 de maio de 2020

PALAVRAS-SEMENTES

E as palavras caminham por aí, como transeuntes sem rumo.
Algumas cheias de incertezas, medo, raiva.
Outras prontas para falar de amor, esperança, luz.
Tropeço várias vezes ao dia em várias delas - escritas ou faladas - algumas são como gritos aos meus ouvidos, machucam minha sensibilidade. Vazias, desprovidas de bom senso, rudes, disseminando o medo e a raiva.
Outras me chegam tão mansas, espalhando bondade, fé, dando alento ao meu coração.

É certo que escolho ler e ouvir o que me agrada, que condiz com meu pensamento, minha crença, mas é certo também que todas elas estão aí, aos montes e querendo ou não chegam até mim.
Nessa hora preciso silenciar e usar meu filtro interno, para acolher só aquelas que me representam.
E eu que já não vejo noticiário na TV há muito tempo, tenho me poupado de ver também pela internet.
Pois como escreveu Rubem Alves:
"As palavras só têm sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor. Aprendemos palavras para melhorar os olhos."

Que saibamos, diante de tudo que está acontecendo, usar as palavras com sabedoria.
Não deixando a dureza do outro impedir nossa delicadeza com a vida, com o próximo e consigo mesmo.
Sejamos condutores de palavras amenas, que confortam, revigoram, acolhem.
Vamos espalhar palavras-sementes, perfumadas, leves, coloridas e melhorar os olhos de quem passa por nós...

(Sônia)
                               Foto de Roze A.

sexta-feira, 10 de abril de 2020

MOSTRAR GRATIDÃO

(Texto e imagem: Nádia Altieri - psicóloga e naturopata)


Hoje senti vontade de tirar uma das cartas do Caminho Sagrado para começar o dia em meditação.
Acredito que como eu, muitos de vocês estão recebendo uma enxurrada de informações de todos os lados.
Silenciar e ouvir o que é valor pra mim nesse momento, tem sido fundamental.
Muitos ainda insistem em colocar sua visão dentro do padrão certo ou errado, quando na verdade o que existe são apenas pontos de vista diferentes.
Enquanto olharmos pra fora, mais perdidos ficaremos.
Agora não é hora de brigar, criticar, se desesperar. Agora é hora de demonstrar gratidão por todos esses novos conhecimentos que estamos adquirindo, esse jeito novo de ver as coisas, para assim, prosseguir com o processo de crescimento.
A Sabedoria, expressa na representação do Escudo do Norte, fala que esse conhecimento que estamos adquirindo, representa um sólido conhecimento interior, que ninguém consegue tirar de nós. Não pode ser vendido, comercializado e nem roubado.
É preciso extrair dessa lição que estamos vivendo, o sentido de realidade que iremos utilizar para o resto da nossa vida daqui pra frente.
Chegou a hora de sermos adultos!
Nunca mais nossa vida será a mesma e só completaremos essa lição, com profundos sentimentos de gratidão.
O dom da sabedoria está no  coração daquele que sabe receber, e a cura, só pode ser revelada aos que estão prontos para ver e para ouvir.
Pense nisso: será que não é hora de começar a agradecer?

Referência:  As Cartas do Caminho Sagrado - Jamie Sams





sábado, 21 de março de 2020

ADOÇANDO

Nesta semana, meus netos, assim como tantos outros, não tiveram aulas e vão continuar sem por algum tempo. Quanto, ainda não sabemos.
Durante a semana, é rotina eles ficarem comigo no período da tarde, mas com as orientações para nos mantermos em casa, eu, que moro em apartamento, optei por ficar a semana com eles em sua própria casa, onde há espaço e quintal para que corram e brinquem.

Quinta-feira, minha filha antes de sair para o trabalho, foi ao mercado e entre as compras trouxe iogurtes e algumas guloseimas que as crianças adoram e orientou que era um pra cada por dia, pois não se sabe com tudo que está acontecendo, como vai ser sair para ir ao supermercado e se vai faltar alguma coisa nas prateleiras.

Neste mesmo dia, quando vou a despensa pegar a lata de arroz e dar início ao almoço, me deparo com este papel colado na porta:


No primeiro instante achei graça, mas logo após pensei: sim, estamos em guerra, todos procurando maneiras de  combater e se proteger de um mesmo inimigo, o coronavírus.

Aqui onde moro, há uma página na internet onde postam de tudo um pouco, principalmente notícias referente ao que acontece na cidade.
Nessa página, eu li muitas mensagens de jovens se oferecendo para irem ao supermercado ou farmácia e assim - idosos ou aqueles que são do grupo de risco - não precisarem sair de casa.

No meio de tantas informações que circulam pelos meios de comunicação, gerando medo e  incerteza, ler algo assim, adoçou meu coração.
Talvez seja essa a lição com tudo isso, desacelerar para sair do deserto interior e olhar ao nosso redor.

E hoje, para adoçar o coração de quem passa por aqui,  compartilho o link do blog da Ana Paula - "lado de fora do coração" - onde ela divide conosco, palavras açucaradas, numa escrita cheia de delicadeza.

Para fechar essa postagem, deixo a foto que meu neto mais velho tirou no início da semana, dizendo ao passar correndo por mim para pegar o celular:
"Vó, o céu tá lindo, preciso tirar uma foto para mostrar pro meu pai e minha mãe."

Façamos como ele, vamos registrar o que é lindo e dividir uns com os outros. Tornando assim, neste momento conturbado, o dia de alguém mais leve e feliz.

Um abraço cheio de esperança a todos que passam por aqui.


terça-feira, 10 de março de 2020

UM PRESENTE CHAMADO BLOG

Outro dia uma conhecida me perguntou como surgiu a ideia do mulheres 4 estações.
Para quem não sabe, o blog surgiu de um café da tarde, entre eu e mais duas amigas. Falávamos - entre outras coisas - sobre a vida, o auto conhecimento, a importância de olhar para dentro de si.
E foi a partir desse café que surgiu a vontade de nos reunirmos mensalmente, com outras amigas, para um bate papo reflexivo e também, a ideia do blog.
O nome foi escolhido pela simbologia das estações com  as várias fases e sentimentos que vivemos. Assim como em cada estação a natureza muda, nós também mudamos e podemos descobrir nossa força e beleza em toda fase por nós vivida.
Eu já gostava de passear por alguns blogs, espaços que visito até hoje. Mas nunca tinha pensado em ter um, até porque, era completamente leiga nesse assunto.
Quando fizeram o blog eu fiquei responsável de elaborar os escritos, mas eu não sabia como postar, muito menos como colocar uma imagem.
Aos poucos, fui pegando o jeitinho e aprendendo a colocar as postagens e escolher as imagens. Quando surgia uma dúvida eu colocava algum tutorial na internet e ia seguindo o passo a passo.
Confesso que me encantei com esse espaço, com a interação que ele me permite com pessoas que não conheço pessoalmente, mas que ainda assim, as vezes vejo algo e me lembro de alguém, de algum espaço que visito.
Por exemplo, como ver um céu lindo ou uma árvore e não lembrar da Chica e seus blogs?
Depois de alguns anos tivemos que finalizar as reuniões, por não conseguir mais conciliar com nossas atividades profissionais, então o blog passou a ser só meu, por pura afinidade.
Hoje, eu sou a única a ter acesso a ele e o considero um presente.
Alguns meses é mais difícil arrumar tempo (ou criatividade) para fazer uma postagem.  Também demoro um pouquinho a visitar alguns  espaços amigos, mas sempre que o faço é com alegria.
O blog permite que eu conheça pessoas e lugares, ainda que virtualmente. Algumas postagens me fazem rir, outras chorar, outras me dão vontade de viajar, de preparar uma receita nova... Cada uma vai me despertando uma emoção, me dando a oportunidade de conhecer coisas novas.
E assim, continuo eu, cuidando desse meu cantinho com muito carinho.

Finalizo esta postagem com Manoel de Barros:

"Hoje eu desenho o cheiro das árvores".


Desejo que esse cheiro se espalhe...


                                Foto de Silvio Adriano

domingo, 16 de fevereiro de 2020

De vez em quando é preciso sair da zona de conforto e experimentar o novo.
Ter um pouco mais de flexibilidade frente os percalços externos ou internos.
Mas acima de tudo, é preciso atenção e sabedoria, para não se demorar onde não cabe você e sua história.

                                 Foto de Rose A.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

OLHAR ALÉM

Pensei sobre o que poderia escrever para primeira postagem do ano de 2020.
Papel e caneta na mão, comecei a traçar algumas frases de desejos para o novo ano.
Eu poderia desejar muitas coisas, todas embrulhadas em papel poesia, mas achei tudo tão clichê que rasguei a folha.
Resolvi tentar novamente e várias coisas me passaram pela mente, principalmente reflexões que tive na semana que antecedeu o Natal. Mas isso daria assunto para um outro post e não para o primeiro.
O jeito foi escarafunchar meu baú interno, mas nenhuma palavra, nem uma única letra surgiu lá de dentro, só me coube fechar o caderno e deixar isso de lado.
A noite, já na cama, vários pensamentos resolveram espantar meu sono, peguei meu evangelho, o abri de forma aleatória e uma frase me saltou aos olhos: olhai como crescem os lírios do campo.
Isso estava fora do contexto inicial, mas ao ler, me veio nitidamente qual seria o tema e o desenrolar dessa primeira postagem e que sem premeditar, tem ligação com as reflexões que me assolaram a mente antes do Natal.
Algo que tenho tentado aprender e colocar em prática e que pra ser sincera, muitas vezes me esqueço ou me é tão difícil.
Reconhecer que em alguns momentos da vida, devemos esvaziar a mente de todas inquietações que nos atormentam e as quais ficamos procurando respostas.
Buscar o silêncio interior e se deixar tocar pelo amor de Deus.
Amor que acolhe, acalma.
Ver além das aparências e sentir gratidão por tudo que somos e temos.
Relaxar um pouco do peso diário. Ter a sabedoria de silenciar a mente, olhar o horizonte e contemplar a vida em toda sua magnitude.

Essa é a proposta que tenho para esse novo ano, deixar de buscar resposta pra tudo, de me questionar tantas vezes, não pensar tanto - e se - mas sim, me aventurar em apenas viver a vida.
Isso não significa não planejar,  sonhar, desejar, questionar. Mas sim, viver um dia de cada vez, sem o peso de coisas que muitas vezes acontecem só na imaginação e tiram o prazer do momento ou acabam atropelando uma situação.

Então, desejo apenas que ao passar por aqui hoje, você também possa tirar alguns minutos do seu dia para olhar além.
Ver uma situação por outros ângulos e perspectivas.
E que essa forma de olhar, aquiete sua mente e seu coração.

Feliz Olhar Novo!

                                   Foto: Adriele G.