Para termos um Feliz Ano Novo temos que estar dispostos a “matar” o que fomos e nascer de novo em cada momento da vida. Está aí um grande desafio. Dos maiores, senão o maior de todos!
As cigarras passam a maior parte de suas vidas debaixo da terra, alimentando- se das raízes das árvores. Disseram-me que há certas espécies de cigarras que chegam a viver 15 anos debaixo da terra.
De repente, alguma coisa acontece, e surge dentro delas um impulso irresistível para mudar. Saem então dos seus túneis, sobem pelos troncos das árvores, arrebentam suas cascas, subterrâneas gaiolas, e se transformam em seres alados.
Se elas não abandonarem suas cascas não se transformarão em seres alados. Continuarão a ser seres subterrâneos. Nossos demônios são nossas cascas.
Se elas não abandonarem suas cascas não se transformarão em seres alados. Continuarão a ser seres subterrâneos. Nossos demônios são nossas cascas.
Abandonar as cascas é esquecer a forma subterrânea de ser. A grande transformação das cigarras acontece quando a morte se aproxima. É a proximidade da morte que lhes diz: ‘Chegou a hora de voar, cantar e fazer amor, para continuar a viver…’ Eu acho que a morte é o único poder capaz de nos trazer vida nova.
A consciência da morte nos força a sair de nossas sepulturas, nos dá asas, nos convida a voar e a amar.
(Rubem Alves)
(imagem arquivo pessoal)
"Que em 2019, possamos deixar ir embora tudo aquilo que não nos acrescenta.
Que a "morte" do que nos adoece e envelhece a alma, ocorra de forma suave, sem traumas e apegos.
Que possamos tirar nossas cascas, conservar nossos frutos e deixar desabrochar novas flores, tudo com muita gratidão e amor.
Assim, o novo renascerá, não apenas no calendário anual, mas dentro do nosso coração."
Celebremos a vida, com alegria e gratidão.
Feliz Ano Novo!