Estou sempre lendo que estamos vivendo um momento que nos convida a profundas reflexões. Eu também penso assim - embora eu possa refletir em qualquer tempo e lugar - é diante de tudo que estamos vivendo que mais me voltei para dentro.
Num desassossego interno, me questionando sobre o que tenho feito para tornar o mundo em que vivo um lugar melhor.
Quando eu falo mundo, não me refiro apenas ao planeta, mas sim, todos os âmbitos que transito.
Meu lar, meu trabalho, minha relação com o outro, comigo mesma e com a minha espiritualidade.
Percebo que além dos muitos questionamentos, também tenho me emocionado mais ultimamente, houve semanas em que chorei praticamente mais de uma vez, eu, que raramente chorava.
Mas não pense você que é porque não estou bem ou deprimida, apenas sinto que minha sensibilidade está a flor da pele e que as dores do outro tem me tocado de uma forma muito mais intensa.
Uma pessoa me disse, um dia desses, que sempre houve perdas, mortes, dores. Sim, sempre houve, então porque agora sinto tanto isso dentro de mim?
Neste momento em que estou aqui escrevendo, percebo que é minha alma que tem chorado. Chorado a dor de tantas perdas que estão acontecendo, onde muitos perderam a vida, outros trabalho, saúde, familiar, amigo - entre tantos outros - que perderam o afeto, a empatia, o amor ao seu próximo.
Choro, me entristeço e minha consciência espiritual grita, num convite diário para que eu possa rever o que penso, falo, sinto e principalmente como estou agindo, comigo e com o outro.
Compreendo que não basta apenas ampliar minha consciência para que eu me torne uma pessoa mais espiritualizada, preciso transformar essa consciência em ações no meu dia a dia.
Não basta apenas dar algo material aqui e ali, eu preciso dar algo de mim mesma e para isso preciso rever conceitos, transformar, criar, renovar, passar a limpo o meu eu interno.
Eu, que sou só um rascunho do que posso ser diante das inúmeras potencialidades com que Deus me criou. Preciso urgentemente me reconstruir e melhorar minha versão inacabada.
Finalizo minha participação na blogagem proposta pela Rosélia, com Caio Fernando Abreu:
"E nessa estrada quero achar gente doce, límpida, verdadeira e disposta.