Outono é uma estação que significa para muitos, um período de introspecção.
Eu, que acredito muito na nossa ligação íntima com a natureza, ando me sentindo assim, introspectiva. E não é por ficar sugestionada com a mudança da estação, pois só me dei conta do seu início, quando recebi no watsApp algumas mensagens de bom dia com frases saudando o outono.
Mas, a chegada da nova estação, coincidiu com meu movimento de voltar o olhar e o pensamento pra dentro, analisar algumas áreas da minha vida e repensar algumas escolhas.
Um amigo me disse, que o outono é a estação propícia para romper as cascas que criamos para nos proteger, deixar que o vento leve o passado ou o que não acrescenta, ouvir a voz da intuição e gestar novas sementes, que no momento certo irão eclodir.
Pensando nisso, tento perceber quais são as minhas cascas e o que devo fazer para romper alguns padrões mentais e emocionais, percebo que não é uma tarefa fácil.
Diante de certos acontecimentos e fases, criamos uma carapaça que sirva de proteção contra o medo, tristeza e dor. Às vezes a fase acaba e nem percebemos que continuamos dentro dessa casca, talvez como forma inconsciente de evitar outros sofrimentos.
Resolvo começar fazendo uma faxina no guarda-roupa, pois talvez seja mais fácil começar pela parte material, do que a emocional.
Assim, hoje me coloquei a separar livros e roupas para doação, limpar gavetas, mudar roupas de lugar.
Depois, fui organizar uma caixa onde guardo coisas da infância dos meus dois filhos - que atualmente têm 30 e 19 anos de idade - cartões, cadernos, bilhetes e trabalhos de quando estavam no início da fase escolar. Entre tantas lembranças lindas, voltei no tempo e confesso chorei muito, chorava e ria ao mesmo tempo, no meio de frases, desenhos e cores, imersa num mundo de boas recordações.
Com isso, um amor tão profundo preencheu todo meu coração, aquietou todas minhas inquietações e no meio do meu outono interno, surgiu um lindo arco-íris.