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quarta-feira, 2 de junho de 2021

SILENCIAR

"Eu sei que você está cansado.  Mas vem, esse é o caminho." (Rumi)


                           (Foto: Roze A.)                                               

Ultimamente tenho me sentido cansada, desejosa de silêncio. Aquele silêncio que me permite reconectar com meu eu, e quando falo em silêncio não me refiro apenas ao externo, mas o silêncio que me permite olhar pra dentro. 

Tenho tentado dar conta de inúmeras coisas e de vez em quando me vem a sensação de que são bem mais do que sou capaz de gerenciar. 
Na verdade tenho tentado cuidar mais do outro do que de mim, na loucura de achar que por muito amar, consigo privar o outro da frustração, da decepção.

Sempre falo que não devemos carregar a mala alheia, que cabe ao outro aprender lidar com as dificuldades do caminho, que eu posso sim ajudar, mas não entrar na tempestade alheia. Só que quando esse outro é alguém muito próximo, fica difícil não me envolver.
Ainda que eu tenha total consciência de que aquele fardo não é meu teimo em sair arrastando a mala ladeira acima.

Com isso, os ombros pesam, a insônia chega e a mente e o emocional vão dando sinais de cansaço.
Percebo que é o momento de me recolher, de aceitar que eu não tenho que ser forte o tempo todo, eu não tenho que estar sempre pronta a consolar o outro, a fazer pelo outro, a me doar tanto. Eu preciso também olhar e fazer por mim.

Tiro a armadura, respiro fundo, reconheço que sou corpo que sangra e que tudo bem não dar conta de tudo.
É hora de me esvaziar, de soltar o ar e me dar um refresco interno, uma pausa, um acalento.
Me banhar com ervas colhidas no quintal, me energizar. 
Respeitar o tempo, e meu tempo é aqui dentro de mim. 
Desacelero, solto a mão do controle e deixo fluir...