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terça-feira, 18 de junho de 2019

NÃO DESISTA DE VOCÊ

Em cada esquina eu buscava um alívio para meu sofrimento. Por dentro era escuro, dor, tormento.
Buscava nos olhares mais tristes que o meu, uma única esperança. No farol, um olhar ingênuo avistei, vindo de uma criança. 
Me olhou com olhos de compreensão, reconheceu a dor que eu  sentia em minha alma e no meu coração. 
Com um gesto simples, humilde, sorriu. Disse que um pouco de dinheiro adquiriu e que comida ele ia comprar. Nesse dia, sua família ele iria sustentar.
Naquele momento pude perceber, em algum lugar vai haver, alguém que sofre mais que eu e você.
Você que está lendo, não sofra, pois tem mais corações aflitos.
Siga em frente com um lindo sorriso, se encoraja, alivie seu coração. Peça pra Deus, Ele entenderá sua oração.
Todos passamos por momentos difíceis na vida - não desista, persista, insista até alcançar - a luz que da escuridão te livrará.

(Thiago A.G.)

                       (Foto de Taís F.)

segunda-feira, 3 de junho de 2019

RUÍNAS

Um monge descabelado me disse no caminho: “Eu queria construir uma ruína. Embora eu saiba que ruína é uma desconstrução. Minha ideia era de fazer alguma coisa ao jeito de tapera. Alguma coisa que servisse para abrigar o abandono, como as taperas abrigam. Porque o abandono pode não ser apenas de um homem debaixo da ponte, mas pode ser também de um gato no beco ou de uma criança presa num cubículo. O abandono pode ser também de uma expressão que tenha entrado para o arcaico ou mesmo de uma palavra. Uma palavra que esteja sem ninguém dentro (O olho do monge estava perto de ser um canto). Continuou: digamos a palavra AMOR. A palavra amor está quase vazia. Não tem gente dentro dela. Queria construir uma ruína para a palavra amor. Talvez ela renascesse das ruínas, como o lírio pode nascer de um monturo”. E o monge se calou descabelado.
(Manoel de Barros)
                                                 (Imagem:Google)