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terça-feira, 22 de setembro de 2020

GESTAÇÃO INTERNA

 "Sempre a primavera, nunca as mesmas flores". (Ditado chinês)


Hoje acordei sentindo dores e surpresa percebi que estava prestes a parir.
Havia tempos que sentia um desconforto interno, um misto de emoções, uma fome de novos saberes, desejo por novos sabores.
Gestar a si mesmo dói, porque há todo um caminho a ser trilhado e muitos tropeços durante a caminhada.
Sabedoria, desapego, perdão, amor próprio, superação, coragem... é um pouco do que esse caminho reserva, é um pouco do que ele pede.
E não se pode ter pressa, há de  respeitar os ciclos, a fim de não se perder de si mesma.
Talvez eu tenha me perdido em algum trecho do caminho tomada pela pressa em chegar ao centro do meu universo íntimo. Não percebi que dentro de mim já germinava uma nova vida, que eu alimentava com minha seiva sagrada.
Mas confiante, me permiti receber essa outra mulher que mora dentro de mim.
Fechei os olhos, fiz um rezo e procurei auscultar meu coração, não havia risos, choros, lembranças, indagações. 
Nenhum ruído mental, apenas o meu eu, num silêncio profundo que se fez por dentro.
Aspirei profundamente o ar enchendo os pulmões. Senti a vida tão plena em mim, mansa, serena, madura.
Me entreguei e confiei.
O parto foi fluindo naturalmente, leve, mágico, pulsante. 
Me curando, me nutrindo, me libertando!
E eu, na maturidade dos meus quase 54 anos dou a luz e essa luz reverbera por todo meu ser.
Floresço em mim - renascimento - me celebro primavera, com honra e gratidão!


(Foto pessoal)