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segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

FAÇA UM PEDIDO



Quem de vocês, na infância, nunca fez um pedido ao soprar as sementes de um dente de leão?
Eu assoprei muitos e fiz vários pedidos, numa fase onde o que importava não era se o desejo se realizaria e sim, ver as sementes sendo levadas pelo vento, isso já fazia a mágica acontecer.
O menino na foto acima é meu neto mais novo, encantado em assoprar seu dente de leão.


Este,  é meu neto mais velho.
Ao visitar com os pais uma igreja num passeio que fizeram, pediu para acender uma vela, pois queria fazer um pedido para uma pessoa da família, que estava precisando muito de oração.
Quando minha filha me mandou a foto dele assim, tão voltado para o Alto na sua fé infantil e me contou sua intenção, me emocionei e tive a certeza que Deus iria atender o pedido feito por seu coração puro.


Ao pensar numa postagem para fim de ano, foi justamente essas duas fotos que me vieram a mente. Encanto, magia e fé, isso que pra mim elas representam, e eu desejo que no Natal que se aproxima, você permita que sua criança interior desperte e possa te inundar com toda magia e encanto que envolve a data Natalina.
Que com a alegria de uma criança, você abrace um por um por um dos seus semelhantes e os envolva em muito amor.
Depois, com fé, faça seu pedido e deixe a mágica acontecer...

Um lindo Natal e Ano Novo, a todas(o) amigas(o) que passam por aqui.
Muito obrigada por mais um ano de troca e aprendizado que a interação nos permite.
Por enquanto, faço uma pequena pausa aqui no blog.
Beijos de paz no coração de cada um e até breve.

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

O SILÊNCIO DO MEU CORPO

Eu tenho um grito preso na garganta.
Palavras que se amontoam na minha mente, mas que não sou capaz de verbalizar.
Eu tenho um abraço guardado no colo, um abraço cheio de amor, de saudades, carinhos que já não sou capaz de fazer.
Eu tenho uma prece murmurada em pensamento, todos os dias. Na fé que acalento na alma, mas que não chega aos meus lábios.
Eu tenho um "eu te amo", um "muito obrigada", "me perdoa" e tantas outras frases que gostaria de dizer e não posso.
Eu viajo constantemente por lugares que não vou conhecer e outros que conheci e não posso mais visitar.
Eu tenho tantos arrependimentos. O carinho que deixei de fazer porque precisava limpar a casa. Eu e essa mania de limpeza.
O perdão que não pedi e que também não fui capaz de conceder, por puro orgulho.
Ah, como eu queria me ver livre dessa prisão chamada corpo.
Como eu queria rodopiar lá fora e sentir o vento, o sol, a chuva.
Como eu queria poder pegar meu neto no colo.
As lágrimas escorrem, mas não de dor física e sim por tudo que não sou mais capaz de fazer, de falar, por tudo que deixei em segundo plano e que hoje, hoje eu sei, eram as coisas mais importantes.
Um dia, espero voar livre das amarras.
Nesse dia, eu abençoarei com meu amor todos que cuidaram de mim e serei eternamente grata.
Nesse dia, terei rompido definitivamente meu casulo e poderei partir com a leveza de  uma borboleta, não sem antes  sobrevoar em volta de cada um dos meus amores e quem sabe, pousar por alguns instantes, no teu ombro.


"Para uma pessoa muito querida, portadora de ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica)"
Sônia A.

                            imagem: Arquivo pessoal


segunda-feira, 23 de setembro de 2019

AMOR NA SIMPLICIDADE

Meu neto mais novo tem 3 anos, é um menino muito extrovertido, falante, com uma energia de dar inveja.
O neto mais velho tem 09 anos, é um menino muito amoroso e carrega no olhar uma ternura imensa.
Sempre que tenho oportunidade procuro fazê-los observar a natureza, na tentativa de despertar neles uma conexão com o verde, o respeito pelo meio ambiente.
Por isso, juntos, fazemos coisas simples, como pisar nas sementes secas caídas nas calçadas - aquelas que fazem crec - eles adoram.
Abraçamos árvores, admiramos pássaros, o céu, conversamos com as flores, fazemos escalda pés com ervas que colhemos na pequena horta que tem no quintal da casa da minha filha.
Como são crianças, sempre  pegamos, duas folhinhas de hortelã e uma de capim cidreira, para cada um deles.
Encho a bacia com água morna e eles já correm colocar os pés.
Além de ajudar a relaxar e acalmar, também desperta na criança o interesse pelas ervas e seus benefícios.
A cidade que moro tem vários ipês, amarelos, brancos e rosas.
A cidade fica florida por dias e dias. Sempre paro com eles para admirar um ou outro.
Os amarelos são vários espalhados pela cidade, por isso meu netinho, assim que vê um já diz: olha vó, o ipê amarelo.
E eu, me sinto muito feliz por compartilhar desse encanto com eles.
Como dizia Manoel de Barros: "...Que a importância de uma coisa não se mede com fita métrica nem com balanças nem barômetros etc. Que a importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós.”
É assim que quero marcar a infância dos meus netos, com o encantamento por coisas simples, que se abrem diariamente diante dos nossos olhos e torna nossa vida mais leve e bela.
Isso também é uma forma de falar e demonstrar amor.

"Que nessa primavera, possamos nos encantar inúmeras vezes  com o simples - ainda que muitas vezes efêmero - aquele momento único que enche nossos olhos de prazer."

              Uma ótima primavera a todos!


                                  Fotos que fizemos juntos



domingo, 1 de setembro de 2019

INTEIRAMENTE

Não, eu não quero uma vida em preto e branco. Eu quero uma vida repleta de cores, amores, sorrisos.
Quero colher ternuras nos meus dias, com a simplicidade de alguém que recolhe a roupa do varal num dia de sol.
Quero ser capaz de regar a minha vida - a sua e de tantos outros - com muito amor.
A vida é muito curta para ser deixada em segundo plano, ao acaso.
Por mais que algumas noites sejam longas e escuras, não quero nunca deixar de acreditar que o sol nasce pela manhã, trazendo luz e novas oportunidades.
Quero chão sob meus pés, quero o vento despenteando meus  cabelos e soprando na minha cara lavada.
Quero a vida pulsando, não apenas no meu peito em ritmo de tic-tac. Quero que ela pulse na minha alma - nas minhas emoções, na minha voz, nas minhas mãos - como o som que sai do tambor - forte, cadenciado, vibrante.
Ando cansada do marasmo de sentir pequeno, de calar o que penso e sinto, de fazer a santa.
Quero o eco para a poesia que grita por meus sentidos.
A efervescência para os sonhos que acalento.
Quero a vida! Transbordando de mim, para mim.
Porque ninguém merece viver pela metade.

(Sônia A.)

(Foto de Euclides)



quarta-feira, 21 de agosto de 2019

INTELIGÊNCIA ESPIRITUAL


Ao visitar o blog da amiga Roselia, https://www.idadeespiritual.com.br, senti vontade de participar da blogagem coletiva em comemoração aos 10 anos do seu espaço e antes mesmo de avisá-la da minha participação, comecei a pensar sobre o que poderia escrever.
O que de fato descreve a inteligência espiritual? Sei que cada um tem a sua, numa percepção mais ou menos apurada, já que cada ser está num patamar de evolução e de entendimento.
Também sei, que ela independe da religião. Mas quanto a mim, o que a resume?
Seria a necessidade que tenho de me ligar ao alto, sentir o contato com minha essência criadora?
Acredito que quando não alimentamos a fofoca, a maledicência, as tristezas e procuramos levar alegria, otimismo, ânimo e amor aos que nos cercam, espalhando o desejo de renovação a outros corações,  estamos usando a inteligência espiritual.
A sabedoria do amor de Deus, que habita em nossa essência e  se manifesta através das nossas ações.
Também podemos usar dessa nossa inteligência para expandir nossa consciência e ver o mundo como um todo e não apenas a parcela do que estou vivendo e sentindo no momento.
Filtrar o que realmente tem importância, se algo me acrescenta ou me contamina e perceber que muitas vezes, alguns lugares (ou pessoas), já não me cabem.
Finalizo minha participação com uma citação de Mia Couto:

"Ainda lembrei de suas palavras amadurecendo uma esperança para mim quando eu de tudo descria:
Não vê os rios que nunca enchem o mar? A vida de cada um também é assim: está sempre toda por viver."
(Mia Couto - O Ultimo Voo do Flamingo)






                                                                                                  







sexta-feira, 2 de agosto de 2019

VOO

Hoje ao acordar, achei que era pássaro.
Abri a janela, aspirei o ar da manhã e me preparei para o voo.
Ao tentar abrir as asas veio o susto, onde estavam?
E minhas penas coloridas, quem as arrancou?
Sinto medo!
O que é de um pássaro sem suas asas e sem suas penas?
Um ser incompleto, triste.

Hoje ao acordar, desejei ser pássaro.
Sentar no parapeito da janela, olhar a vista, bater asas e voar.
Leve, livre, enfeitando o ar com minhas penas coloridas.
Mas sei que não há como ser pássaro, o desejo é apenas uma metáfora que minha alma usa para mostrar o seu ensejo de liberdade.
Sinto medo!
O que é alguém que não se sente capaz de alçar os próprios voos?
Um ser incompleto, triste.

Hoje ao despertar, decidi ser eu mesma.
Dona da minha vontade e autora da minha história.
Não permitir que outros me tolham o voo, me cortem as asas e apaguem minhas cores.
Sinto coragem!
O que se torna alguém que luta por seus sonhos, suas vontades e por viver sua essência?
Um ser completo e feliz.

Voo.
Por espaços esquecidos dentro de mim.
Me pertenço.
Me aceito.
Me liberto.
Sou livre, enfim!

Sônia A.

                          (Foto de Rose A.)

sexta-feira, 5 de julho de 2019

A ÁRVORE QUE FLORESCE NO INVERNO

Os sinais eram inequívocos. Aquelas nuvens baixas e escuras... O vento que soprava desde a véspera, arrancando das árvores folhas amarelas e vermelhas. É, o inverno estava chegando. Deveria nevar. Viriam então a tristeza, as árvores peladas, a vida recolhida para funduras mais quentes, os pássaros já ausentes, fugidos para outro clima, e aquele longo sono da natureza, bonito quando cai a primeira nevada, triste com o passar do tempo... 
Resolvi passear, para dizer adeus às plantas que se preparavam para dormir, e fui, assim, andando, encontrando-as silenciosas e conformadas diante do inevitável, o inverno que se aproximava. E foi então que me espantei ao ver um arbusto estranho. Se fosse um ser humano certamente o internariam num hospício pois lhe faltava o senso da realidade, não sabia reconhecer os sinais do tempo. 
Lá estava ele, ignorando tudo, cheio de botões, alguns deles já abrindo, como se a primavera estivesse chegando. 
Não resisti e, me aproveitando de que não houvesse ninguém por perto, comecei a conversar com ele, e lhe perguntei se não percebia que o inverno estava chegando, que os seus botões seriam queimados pela neve naquela mesma tarde. 
Argumentei sobre a inutilidade daquilo tudo, um gesto tão fraco que não faria diferença alguma. Dentro em breve tudo estaria morto... E ele me falou, naquela linguagem que só as plantas entendem, que o inverno de fora não lhe importava, o seu era um ritmo diferente, o ritmo das estações que havia dentro. 
Se era inverno do lado de fora, era primavera lá do lado de dentro dele, e seus botões de flor eram um testemunho da teimosia da vida que se compraz mesmo em fazer o gesto inútil. As razões para isso? Puro prazer. 
Ah! Há tantas canções inúteis, fracas para entortar o cano das armas, para ressuscitar os mortos, para engravidar as virgens, mas não tem importância, elas continuam a ser cantadas somente pela alegria que contêm... 
E há os gestos de amor, os nomes que se escrevem em troncos de árvores, preces silenciosas que ninguém escuta, corpos que se abraçam, árvores que se plantam para as gerações futuras, lugares que ficam vazios, à espera do retorno, poemas inúteis que se escrevem para ouvidos que não podem mais ouvir, porque alguma coisa vai crescendo por dentro, um ritmo, uma esperança, um botão pela pura alegria, um gozo de amor. E me lembrei de um pôster que tenho no meu escritório, palavras de Albert Camus: "No meio do inverno eu finalmente aprendi que havia dentro de mim um verão invencível". 
E aí a alucinação teológica tomou conta da minha cabeça e me lembrei de uma velha tradição de Natal, ligada à árvore. As famílias levavam arbustos para dentro de suas casas. E ali, neve por todas as partes, elas os faziam florescer, regando-os com água morna. Para que não se esquecessem de que, em meio ao inverno, a primavera continuava escondida em alguma parte. 
Inverno: o frio, a neve, o silêncio, a morte. 
Quando as plantas florescem na primavera, ali os homens escrevem os seus nomes. Mas quando as plantas florescem no inverno, ali se escreve o nome do Grande Mistério... 

(Rubem Alves)

                                    (Foto de Rose A.)

terça-feira, 18 de junho de 2019

NÃO DESISTA DE VOCÊ

Em cada esquina eu buscava um alívio para meu sofrimento. Por dentro era escuro, dor, tormento.
Buscava nos olhares mais tristes que o meu, uma única esperança. No farol, um olhar ingênuo avistei, vindo de uma criança. 
Me olhou com olhos de compreensão, reconheceu a dor que eu  sentia em minha alma e no meu coração. 
Com um gesto simples, humilde, sorriu. Disse que um pouco de dinheiro adquiriu e que comida ele ia comprar. Nesse dia, sua família ele iria sustentar.
Naquele momento pude perceber, em algum lugar vai haver, alguém que sofre mais que eu e você.
Você que está lendo, não sofra, pois tem mais corações aflitos.
Siga em frente com um lindo sorriso, se encoraja, alivie seu coração. Peça pra Deus, Ele entenderá sua oração.
Todos passamos por momentos difíceis na vida - não desista, persista, insista até alcançar - a luz que da escuridão te livrará.

(Thiago A.G.)

                       (Foto de Taís F.)

segunda-feira, 3 de junho de 2019

RUÍNAS

Um monge descabelado me disse no caminho: “Eu queria construir uma ruína. Embora eu saiba que ruína é uma desconstrução. Minha ideia era de fazer alguma coisa ao jeito de tapera. Alguma coisa que servisse para abrigar o abandono, como as taperas abrigam. Porque o abandono pode não ser apenas de um homem debaixo da ponte, mas pode ser também de um gato no beco ou de uma criança presa num cubículo. O abandono pode ser também de uma expressão que tenha entrado para o arcaico ou mesmo de uma palavra. Uma palavra que esteja sem ninguém dentro (O olho do monge estava perto de ser um canto). Continuou: digamos a palavra AMOR. A palavra amor está quase vazia. Não tem gente dentro dela. Queria construir uma ruína para a palavra amor. Talvez ela renascesse das ruínas, como o lírio pode nascer de um monturo”. E o monge se calou descabelado.
(Manoel de Barros)
                                                 (Imagem:Google)

terça-feira, 28 de maio de 2019

"A sua fronte, a sua boca, o seu riso, as suas lágrimas, enchem-lhe a voz de formas e de cores."
(Teixeira de Pascoaes)

                          (Foto de Rose A.)

                           COR(AÇÃO)

Conheço uma pessoa que por anos viveu um relacionamento abusivo, permeado por 
medo, dor e muitos conflitos internos.
Em todo esse tempo nunca deixou de sonhar, fazendo planos e tecendo histórias com final feliz.
Enfim, o tempo passou, as filhas tornaram-se  independentes e ela tomada de coragem e esperança, resolveu que era o momento para dar um basta e traçar para si um novo caminho.
Pegou suas coisas - roupas e alguns utensílios pessoais - fechou a porta e saiu sem olhar para trás.
No começo parecia um bichinho acuado, mas aos poucos o seu entusiasmo pela vida foi lhe dando forças para seguir adiante e não esmorecer.
Alguns anos se passaram e o universo conspirou para que ela conhecesse alguém, uma pessoa boa que cuida dela com muito respeito e amor.
Ela ainda carrega marcas que o tempo não foi capaz de apagar, mas escolheu continuar sorrindo ao invés de ficar chorando e se lamentando.
Ainda que tenha vivido dias cinzentos e de chuva fria, ela ousou ser cor.
E eu que tenho minha vida entrelaçada a dela, sei que mesmo com tantos problemas ela sempre arrumou tempo para auxiliar outros a sua volta.
Afinal - para colorir a alma - é preciso se esvaziar de si e colorir com o coração.
                       (Sônia A.)

quinta-feira, 2 de maio de 2019

RECOLHER-SE

A noite adentrou o dia, sem se importar com o sol que fazia lá fora
Veio trazendo o breu de uma madrugada fria
Ainda tentei abrir a fresta de uma janela para que entrasse uma réstia de luz
Mas não tive força suficiente para desemperrar o que o tempo engrenou
Rezo, procuro na fé a força necessária para seguir adiante
Choro e as lágrimas deixam um rastro quente na minha face cansada
Acendo a chama do fogão, faço um chá na tentativa de aquecer o corpo e diminuir o aperto que carrego no peito
Um dia o sol volta a brilhar, eu sei
Mas por hoje, me encolho no sofá e deixo a noite me envolver
Também é preciso força e coragem, para chorar a dor que as vezes nos consome a alma.
(Sônia A.)

Foto de Adriele G.

domingo, 24 de março de 2019

UM ARCO-ÍRIS NO OUTONO


Outono é uma estação que significa para muitos, um período de introspecção.
Eu, que acredito muito na nossa ligação íntima com a natureza, ando me sentindo assim, introspectiva. E não é por ficar sugestionada com a mudança da estação, pois só me dei conta do seu início, quando recebi no watsApp algumas mensagens de bom dia com frases saudando o outono. 
Mas, a chegada da nova estação, coincidiu com meu movimento de voltar o olhar e o pensamento pra dentro, analisar algumas áreas da minha vida e repensar algumas escolhas.
Um amigo me disse, que o outono é a estação propícia para romper as cascas que criamos para nos proteger, deixar que o vento leve o passado ou o que não acrescenta, ouvir a voz da intuição e gestar novas sementes, que no momento certo irão eclodir.
Pensando nisso, tento perceber quais são as minhas cascas e o que devo fazer para romper alguns padrões mentais e emocionais, percebo que não é uma tarefa fácil.
Diante de certos acontecimentos e fases, criamos uma carapaça que sirva de proteção contra o medo, tristeza e dor. Às vezes a fase acaba e nem percebemos que continuamos dentro dessa casca, talvez como forma inconsciente de evitar outros sofrimentos.
Resolvo começar fazendo uma faxina no guarda-roupa, pois talvez seja mais fácil começar pela parte material, do que a emocional. 
Assim, hoje me coloquei a separar livros e roupas para doação, limpar gavetas, mudar roupas de lugar. 
Depois, fui organizar uma caixa onde guardo coisas da infância dos meus dois filhos - que atualmente têm 30 e 19 anos de idade - cartões, cadernos, bilhetes e trabalhos de quando estavam no início da fase escolar. Entre tantas lembranças lindas, voltei no tempo e confesso chorei muito, chorava e ria ao mesmo tempo, no meio de frases, desenhos e cores, imersa num mundo de boas recordações.
Com isso, um amor tão profundo preencheu todo meu coração, aquietou todas minhas inquietações e no meio do meu outono interno, surgiu um lindo arco-íris.



                                    (Foto de Adriele G.)

domingo, 10 de março de 2019

MARCAS


Carrego cicatrizes do passado, de dor e sofrimento.
Lutei com garras e dentes e não desisti em nenhum momento.
Matando um leão por dia e lutando contra um desejo. 
A tempestade não me levou e o refúgio sempre foi o abraço daqueles que me amam.
O chão do terreiro que piso descalço, me reconecto com meu interior e sinto o desejo de fazer o bem.
Liberdade é ser capaz de enxergar um futuro pra viver.
Ter alguém do meu lado, que me ajude a crescer - somando e multiplicando - alegrias e sonhos.
Família e crianças brincando ao meu redor.
Sorrisos...
(Thiago A.G.)


        (Foto de arquivo pessoal)             




Nem sempre sabemos da luta interna que o outro vive, seus medos, limitações e conflitos.
Algumas pessoas nos enchem de orgulho, pela força que carregam na alma.
E você, meu querido, tem uma alma guerreira.
Te amo
(Sônia)




domingo, 17 de fevereiro de 2019

PROCURA-SE CURADORES DE RISOS

Gente que tenha o dom de restaurar confiança, com simplicidade e um pouco de amabilidade.
Capaz de abraçar de olhos fechados, que tenha a percepção da beleza da humanidade do outro, que abrace simplesmente a essência.
Gente que escute sem julgar, questionar ou ensinar, simplesmente, acolha...
Que use no cotidiano as palavrinhas mágicas. "Obrigada" se faz indispensável.
Gente que saiba auxiliar sem anotar, sim daqueles corações generosos e desmemoriados.
Gente que motive, encoraje e incentive na prática, em gestos e ações desinteressadas.
Que respeite o sagrado de tudo que vive, que bendiga e abençoe com a alma, com verdade e ternura.
Gente com sol no peito, que saiba benzer com um simples toque de carinho, que domine ao menos um pouco a arte de iluminar olhares com poções diárias de alegria.
Que conheça a alquimia da esperança, receite gotas de ânimo, doses doces de amanhecer com fé, lida com gosto, por-de-sol com gratidão e noites em paz...
Procura - se gente disposta a doar amor e a resgatar risos perdidos...
Gente com vocação de curar com o simples gesto de - amar.
Alguém? ...
(Rita Maidana)

                         Foto: Rose A.