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quinta-feira, 9 de abril de 2015


RIQUEZAS DA ALMA

Quem não as tem ?
Depois de um período de isolamento forçado ou não, somos surpreendidos por sentimentos antes desconhecidos. Não havíamos notado suas presenças por estarmos demais ocupados com o mundo exterior. Horário para isso, horário para aquilo, tarefas inadiáveis, compromissos assumidos e agora tão sem importância, mas que continuamos a honrar nem bem sabemos por que.
Quando deparamos com a oportunidade de isolarmos do mundo exterior e sermos obrigados a desfrutar de nossa real companhia, a cada momento descobrimos um eu diferente. Nos surpreendemos com medos bobos, vícios arraigados, inseguranças infantis, necessidade extrema de companhia, sentimos falta das crianças em casa, da mãe reclamando, do som das campainhas, do volume da TV, dos chinelos jogados pela casa... Tudo que ficou lá longe na memória, no passado cada vez mais distante.
É chegada a hora de emergir um ser diferente para conviver nesse redemoinho de memórias. Um ser capaz de apreciar sua própria companhia, de curtir a casa vazia, a ausência de sons, de enfrentar os medos bobos de dormir sozinha no escuro, de abrir a porta da rua.
A cada dia nos deparamos com um obstáculo a ser superado, é a vivência nos forçando a crescer, a evoluir, a nos desligar do que não nos faz bem, não nos faz feliz.
Nesse caminhar vamos descobrindo que ainda somos capazes de enfrentar desafios, de sonhar com doçura, de esperar com alegria. E assim brincando de gente grande vamos formatando um novo ser, mais amadurecido, mais paciente, mais cauteloso, mais compromissado com as reais necessidades para ser feliz. Descobrimos que o tão sonhado começo e fim do arco íris está dentro de nossos corações feito um pote de ouro que poderá enriquecer nossas almas para sempre.


Sonia Buzanello.


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